terça-feira, 22 de maio de 2012

Interior

Juntaram todos os seus sonhos e os colocaram em uma bolsa de viagem. E as bolsas vieram segurando firmemente com as mãos, pois seus sonhos pesavam.
Quando encostam suas bolsas no chão, ao lado de seus pés, as marcas das alças ainda permanecem em suas mãos, vermelhas. Mas isso parece nem os incomodar.
Os olhos, negros, buscam um lugar para repousar, ou apenas admirar. Esses mesmos olhos trazem memórias de vidas nada fáceis.
Penso que depois de um tempo, trabalhando ou ainda caminhando, procurando um lugar para poder simplesmente viver sossegado, tranquilo, ter uma vida pacata igual tinha no interior, aqueles mesmos olhos estarão secos como uma pedra, e suas mãos, as mesmas que seguravam e levavam seus sonhos, quebradas.

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